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FREGUESIA DE MUGE
MUGE
É uma freguesia portuguesa do concelho de Salvaterra de Magos, com 52,03 km² de área e 1.270 habitantes (Censos 2011). Densidade populacional: 24,4 hab/km².
HISTÓRIA
Ao falar-se em Muge, o primeiro aspeto a reter deste vila prende-se com o seu riquíssimo passado arqueológico, nomeadamente com os concheiros de Muge. O valor arqueológico desta vila não se resume somente ao período mesolítico. Dessa época, foram descobertos nos anos 60 do século passado alguns concheiros e esqueletos humanos. Nas proximidades da ribeira de Muge, foram localizadas estações paleolíticas nos sítios de Arneiro dos Moinhos, Pinhal do Coelheiro. Sobral de Martim Fonço, Arneiro de Boa Vista, Glória, Ponte do Coelheiro, João Boieiro, Cacharinho, Porto Sabugueiro, Cabeça de Arruda, Casalinho, Arneiro dos Pescadores, Cabeço da Mina, entre outras. Nestas estações, foi colhido um material que, entre nós, é característico dos terraços. As peças são quase exclusivamente trabalhadas em calhaus rolados de quartzite, com um elevado número de exemplares bifaces ou unifaces.
Outros períodos históricos estão bem presentes, como é o caso do período romano, que fez sentir a sua influência nomeadamente no local do Porto de Sabugueiro, onde se regista uma ocupação humana que vai do século I a. C. ao século V d. C. Diversos fragmentos cerâmicos de cronologia antiga surgiram também no Porto de Sabugueiro, permitiram datar da segunda metade do século I a. C. o início das atividades agrícolas na freguesia.
Durante a Idade Média, D. Dinis outorga-lhe Foral em 1304, com o intuito de facilitar o povoamento nesta região. |
No séc. XV, um acontecimento irá marcar a Vila e o Reino em geral: foi no Paço de Muge que o Rei D. Manuel em 1496 decretou o édito de expulsão das minorias judaicas e muçulmanas.
Foram Senhores de Muge os Duques de Cadaval, que aqui construíram o seu Palácio. A Casa Cadaval foi uma das instituições mais poderosas do período pós-restauração, sendo detentora de uma enorme percentagem de terrenos em Muge. Esta Casa imprimiu um cariz agrícola à Vila. O seu palácio, que ainda se pode encontrar em Muge, apresenta atualmente poucos vestígios da fisionomia antiga, a não ser na fachada, já que sofreu obras de restauro neste século. Junto à casa, a capela consagrada a Nossa Senhora da Glória, cuja imagem se vê num registo de azulejos de moldura azul sobre esmalte branco, oitocentistas.
A grande importância que Muge deteve ao longo dos séculos foi-se esfumando com a aproximação da época contemporânea. Em 1755, pertencia à comarca de Santarém, em 1852 à de Benavente.
Em 1837, por decreto de D. Maria II, foi extinto o concelho de Muge e criada a Junta de Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Muge, que por sua vez, foi incorporado no concelho de Salvaterra de Magos. Em tempos conhecida como Muja e também Porto de Mugem, devido aos “muitos peixes d’este nome que se pescavam em frente da Villa” (Pinho Leal), Muge perdeu o populoso local de Marinhais em 1928, que formou freguesia própria. Perdeu também grande número de habitantes, que em 1950 era de perto de cinco mil e hoje se cifra em cerca de dois milhares.
Desta freguesia se desmembraram as de Marinhais, em 1928, de Glória do Ribatejo, em 1966, e de Granho em 1988.
HERÁLDICA
Ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo, publicada no Diário da República III Série nº 49, de 27/02/2002.
BRASÃO
Escudo de escudo de azul, dois montes de conchas de ouro, postas 1, 2, 3 e 4, realçadas de negro e um cacho de uvas de ouro, folhado de prata; campanha de três burelas ondadas de prata e azul, a do meio carregada de dois peixes nadantes, de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MUGE».
BANDEIRA |
SELO
Nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Muge - Salvaterra de Magos».
PATRIMÓNIO
Concheiros de Muge